quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

a vocês

_dos dias de mais um ciclo que passou, que fique a essência do que moveu em paixão cada um de vós. dos outros que amanhã iniciam um outro ciclo, que aconteçam os momentos - todos! -, para que se cumpram também os sonhos - OS VOSSOS!


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tá negro

juro que amanhã queria acordar c uma disposição diferente... mas seja no penúltimo dia do ano ou nos outros todos, há-de sempre enervar-me profundmente o que chamo "trabalhar sem qq tipo de consequência prática". n havendo, mm assim, feedback, começar a desmoralizar parece-me incontornável, no mínimo.

domingo, 28 de dezembro de 2008

de 2008

é natural, presumo eu, que chegue esta altura do ano e olhemos para este ano que passou e nos passem as memórias mais marcantes pela cabeça. a mim acontece-me isso. ainda por mais quando este ano, e parte do anterior, foram cheios de momentos e experiências que me fazem escrever isto. que me fazem ser o ser que sou hoje. com o pior e o melhor. ainda faltam uns poucos dias para que se dê o encerrar de mais um ano. mas mesmo assim, e quando já passam na tv a retorspectiva dos acontecimentos do ano, sinto-me no direito de escrever tais linhas. foi um ano de viagens [o orçamento ficou destruído, mas viagens são viagens. gosto tanto. ponto.]; foi um ano de conhecer mais pessoas [são sempre bem vindas, e parto sempre do princípio de presunção de que sejam boa onda - agora, se não crio qualquer tipo de empatia, muito dificilmente criarei]; aprendi imenso [das coisas dos livros, e daquelas que não vêm lá escritas]; quebrei a minha massa cinzenta duas vezes com o mesmo projecto; tenho um emprego [comecei a caminhada de "descontas para a Seg. Social mas não vais ver um cêntimo de reforma", sou militante forçada desta causa]; evidências estão tão próximas que, por vezes, não damos conta; foi o ano em que tive de largar os meus ténis pretos e verdes e começar a adoptar uma imagem mais credível [ninguém iriar credibilizar uma "em vias de ser arquitecta" se esta usasse ténis]; foi um ano que fomos milhares na alameda numa chuva de capas negras; há crise financeira [mas o português não se coíbe de gastar 7 milhões de euros por hora, durante os 25 dias de Dezembro. crise?qual crise?]; foi o ano de ter os sonhos e projectos adiados por tempo indeterminado [aposto no final de 2009]; foi o ano de Oliveira, Saramago, Meirelles e Lobo Antunes; foi um ano em que me enervei em revolta da incerteza deste futuro que é o nosso e que não podemos viver nele; por um dia quis ser americana [4 de novembro, votaria obama]; foi um ano de sonhos e angústias, de projectos e realizações, de concretizações e adiamentos.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

crónica duma partida não anunciada

"rasgava-se o céu em laranja de pronúncios apocalípticos. pronúncios, apenas. porque a realidade já impediu que fossem mais que isso. nessa noite os pinheiros, lá no alto, eocavam uma melodia qualquer. Não ligou. De pó, calor, viagens e dúvidas, chegou até ti. era tarde. porque não voltaste, como julgou um dia que farias. como acreditou, enebriada de dormência. como continuou a acreditar nos dias subsequentes. do logro dos truques da mente, voltou dolentemente, a ela. julgo que tenha morrido por momentos, para voltar, ausentemente, a esta realidade. ainda pensa em ti.muito, para ser exacta. mais ainda, do que quando a tua morada era outra. não será sempre assim? escreveu-te umas linhas, nesse dia. e outras, noutros dias. dias. e já passaram tantos, que perdeu a conta. às vezes ainda te encontra por aí. Agora mais esporadicamente. Dantes cuidava que te via. Aperto na alma, nesses instantes. Mas mais, muito mais, do que outras partidas e regressos, sentiu a tua duma maneira crua. Profunda. Ainda hoje, acredito, pára uns momentos e pensa. Coisas pequenas, sabes? Daquelas que fazem a unicidade de cada pessoa. No outro dia, alheada de tudo o resto, e quando a gulodice rompeu, o ímpeto dumas gomas pareceu inofensivo. As gomas dos ursinhos. Lembrou-se de ti. Deu uma risada, porque era assim que o tempo passava quando, juntos, devoravam as gomas dos ursinhos. as normais e as com açúcar. Eram felizes. Parece rídiculo, não é? Mas não é. porque são essas doces memórias que a fazem retorcer-se de questões e dúvidas. de coisas terrenas e metafísicas. deixou de acreditar numas, acreditou noutras. absteve-se doutras. e é, também, neste tempo que pensa na falta. na tua. também na vossa. leste as últimas linhas que te escreveu? Das linhas, não. Das últimas palavras. Demoras muito?"

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

feliz natal!!!!




a minha música preferida do natal, numa versão belíssima... Have yourself a merry little christmas!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

e eu pergunto...

há alguma alma que não se tenha sentido assim?mm que uma vezinha só???pois é....


domingo, 14 de dezembro de 2008

LXfactory

A LXfactory é um lugar em Alcântara que, da primeira vez que estive lá, transbordava uma atmosfera de criação. Assim o entendi. Assim o senti. E cada ida lá, sinto isso, mais vincado. Muito resumidamente, este pólo industrial nasce ali corria o ano de 46 do século XIX. Albergava a que viria a ser uma das indústrias mais importantes de Lisboa - A ficação de Tecidos Lisbonense. O tempo passou e os usos deste complexo alteraram-se: Companhia Industrial dePortugal e Colónias, tipografia do Anuário Comercial de Portugal e Gráfica Mirandela. O tempo continuou a passar e este pólo ganhava o que tantos outros ganham: abandono. No ano passado surgiu o projecto de redignificar este lugar e torná-lo, ainda que temporariamente, como aberto a empresas da ordem criativa. Porquê temporariamente? Existe um plano de pormenor à espera de ser aprovado na CML para que seja feito um condomínio de luxo.... Luxo? Hm hm. Agora tudo o que nasce nesta cidade é luxo, tao luxo que depois são os desastres que se vêem por aí... Tipo Convento dos Inglesinhos, que assassinaram aquilo. Eu pergunto: porquê não criar o laboratório de criação artística neste pólo. Porquê não devolver este pólo às indústrias de hoje e do futuro: as artes e multimédia?

O trabalho de investigação centrar-se-á na redevolução aos vazios urbanos, e neste caso particular, industriais, à cidade. Para que façam parte novamente da movida da cidade a vários níveis: urbano, criativo, histórico, social, lúdico... A LXfactory transpira toda essa atmosfera que precisa de ganhar bases coesas. Precisa duma intervenção de fundo que não passe por entender aquele lugar como tábua rasa. Precisa de manter a atmosfera tão industrial, de outrora, e criativa que começa a nascer. Precisa de ser parte da cidade.
Se, com a minha tese, puder contribuir um pedacinho para que a essência e atmosfera do que existe se mantenha, fico feliz. Mãos à obra, agora.

a demanda de 6ªfeira

seamana que passou, mais curta; sempre a correr dum lado para o outro; e umas palavras escritas no blog ficaram esquecidas... Eis-me novamente, para mal dos vossos pecados.

Sexta feira, mais morta que viva, depois do atelier e dum encontro sobre o projecto dos museus, ainda fui jantar com o meu irmão, não sem antes ter acontecido o stress do dia. Estava eu a armar-me em super filha e a comprar dois bilhetes para o west side story, quando vou a pagar com um dos meus fiés companheiros - vulgo cartão multibanco - quando, e pela segunda vez naquele dia [a primeira foi no japonês de campo de ourique], dá-me erro ou transacção cancelada ou uma coisa assim. Os índices de vergonha já se me começavam a subir pela ruborização que emanava na minha cara. Fui então tentar levantar dinheiro à caixa mb mais próxima... lá ia eu, ao fim da tarde, pelos restauradores, quase num momento só meu e extraordinariamente feliz, quando, já na caixa mb marco o fatídico código e.... "por motivos de segurança o seu cartão ficou retido"... Perdão, podem repetir? Como podem calcular a esta hora já eu fazia 264 filmes na minha cabeça... Clonaram-me o cartão, e já me tiraram o dinheiro [tinha acabado de receber o ordenado] e agora tou completamente... Como devem imaginar a beleza do momento a quase escutar uma banda sonora de fundo de james horner tinha ido com os porcos... Depois de mil e uma idas á bilheteira para guardar os bilhetes, acabei por ir uma última vez para os trazer com a salvadora daquele dia, a minha cunhada [Ana]. Entretanto ontem, sábado, passei á loja do cidadão para resolver a questão na dependência da caixa geral de depositos. passadas 3 horas de lá ter estado, saio de lá a ter que levantar, até vir o cartão, o dinheiro com uma caderneta como as velhotas todas fazem... Uma coisa mto mto à frente.
Fui então, jantar com o meu irmão e a Ana, para depois partir para a LXfactory. A cabeça naquela altura já se tinha rendido às enxaquecas e o latejar de dores era constante e doloroso. Ainda assim, convenceram-me a ir. Também tinha o maior dos interesses em ir, porque, se nada for contra isto, este será - a LXfactory - o lugar de desenvolvimento da minha tese. Já lá vamos. Concerto de Jazz de José Peixoto na exposição de Alexander Koch - o verdadeiro alemão - dois metros de altura e deve tudo à delicadeza! O concerto divinal. A exposição de fotografia do Alexander soberba. E na fotografia a delicadeza é quase a palavra de ordem.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

não me tentem ensinar crochet, se faz favor.

se há coisa que me irrita e exalta o espírito politicamente incorrecto que há em mim, é dizerem "a tua geração tem a vida toda facilitada... não imaginas pelo que passámos... e as mulheres sabiam fazer tudo em casa...!"...sob diversas variantes que descendem desta... Irrita-me profundamente negligenciar e não querer ver que se por um lado a vida está mais fácil [é um facto inegável], também é um facto que as indecisões e a precaridade das nossas vidas é uma questão incontornável. Mais, as decisões que hoje temos que fazer por simplesmente auspiciarmos a uma vida melhor põem, em larga medida, outras coisas para segundo plano [ou terceiro, ou quarto...], nomeadamente a ideia machista e quase misógina de "a perfeita dona de casa". Antes o facto de ter "canudo" era quase passaporte para uma estabilidade que agora, nós, nem com 20 podemos sequer imaginar. As prioridades mudaram. As vontadades também. E, felzizmente, os espíritos resignados, passaram a ter voz e a arriscarem nas decisões.
Não me venham querer ensinar crochet e ponto cruz e malhas. Tentaram, não conseguiram, e não vão conseguir. Porque simplesmente não quero. Não que não goste, gosto e muito, mas gosto desde que feito por outras pessoas que não eu. Costumo dizer que sou uma mulhe de carreira. E admito-o, com o bom e o mau que isto acarrete. E poder dizer isto há 30/40 anos atrás era considerado quase uma ersesia social. Não era suposto. Porque a mulher, no geral, ficava em casa, com os seu papel redutor de dona de casa. Existiu, e continua a existir, felizmente, uma coisa que se chama emancipação da mulher, e isso altera a estrutura social que se vinha a manter há uma imensidão de tempo, demasiada. Mas simplesmente não me venham vender que a minha geração é pior que a de há 30/40 anos atrás. Nem melhor. É diferente, e ser diferente é um conceito que parece que custa a entrar em certas mentalidades. Estou irritada, sim.

NB: estas linhas não têm o intuito de serem nem sexistas nem geracionais... apenas evidenciar as diferenças de realidades, não sendo assumidas nem como melhores ou piores. Apenas e só, diferentes.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

fim de tarde

eu gosto mesmo muito de conduzir... e é uma coisa que me acalma a alma quando ela está entorpecida e enervada... Mas quase 2 horas de trânsito pela manhã, é demasiado. Um esforço sobre-humano, quase. Enfim. Preparada eu para outra saga igual ao fim da tarde [que na verdade se traduziram em 50 minutos], estou eu já em modo "no stress" a apreciar as luzinhas dos carros que rasgam monsanto, ora em amarelo, ora em vermelho; o ritmo do pára-não-pára - quando ecoa na rádia essa música que já ouvi milhões de vezes sem nunca ter prestado bem atenção à letra... E digo-vos apenas, é isto... Tão isto. Ei-la.