quarta-feira, 15 de junho de 2011

norte e sul

Entrei e não te vi, desculpa - desculpas-me?. julguei-te ausente da verosimilhança que te rodeava. da minha também.

(não o tornes pessoal)

Já me doem os olhos de te querer vislumbrar em certos contornos que me lembrariam imagens que guardo em abstracto - porque se criaram, também, assim.

e tu, ausente.

Entrei e não te vi. E voltei a sair. sem te ver. não guardes rancor, que já há de sobra. por aí. apenas andamos alheados desta quotidianice que nos submerge, involuntariamente. eu na minha, tu na tua. separados, em dimensões distintas. (não percebo, ainda hoje, porque tarda o dia para serem as mesmas) já não me retenho nem detenho aí.

(não o tornes pessoal)

mas também não me cansei, já. alento disto e daquilo, em porções pequenas, que aparentam os vislumbres. ma nunca são, porque não te vejo. e em ver-te, seriam verosimilhanças. ou quase. verdade, nunca chegam a ser em pleno

(mas conforta acreditar que sim)

e acreditar? o que é isso? houve dias que me mentias descaradamente, e eu deixava. mas não eras tu, sei agora.

porque entrei e não te vi.

hoje falas-me baixinho, em sussurro, mal te ouço. aqui e ali. nesta morada ou noutra qualquer. em esquizofrenias conscientes, porque assim tem de ser. e de todas as vezes não és tu. não me esqueci que não te vi. e imagino-te em certos dias.

naqueles que mais nada de interessante me ocorre.

(não o tornes pessoak)

é um bom exercício de argumentista, que serei nunca. mas gosto das cores e cheiros e texturas e sabores e sensações dessa deambulante imaginação. e aí vejo-te, em que te escorre a luz e te sabem as palavras. real e irredutível.

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